“Caminhando e cantando, seguindo a canção...” Essa música não só fez parte da vida, mas como foi cantada em manifestação no coração de São Paulo por Sebastiana Maria Ribeiro Tavares. A filha do Pedrão e da Dona Olímpia lá de Orlândia começou cedo a se engajar na vida política. Primogênita de uma família de cinco mulheres e um homem, Sebastiana começou a trabalhar aos oito anos, atrás do balcão de bar da família e ajudou a cuidar dos cinco irmãos.
Na década de 90, Sebastiana chegava à Califórnia Brasileira e viveu o fim de uma fase áurea de Bebedouro, ocasião em que a Feccib sediava grandes eventos e trazia nomes do cenário nacional para a cidade. Na ocasião, era criada a Delegacia Seccional no município e seu então marido – delegado de polícia – foi transferido para cidade. Embora não conhecesse ninguém no município, ela ressalta que foi muito bem acolhida.
Ora se apresenta como aquela mulher forte, ora como uma mulher sensível. Essa é Sebastiana, uma mulher que não se intimida e não tem vergonha de mostrar o que sente. Em cada discurso que faz, coloca Deus e Nossa Senhora à frente de suas decisões, mostrando que antes de ocupar um espaço de poder, ela é uma mulher de fé. E foi essa que fé que a ajudou enfrentar o maior medo de todas as mães: perder um filho. E de acordo com ela, não há um único dia que não pensa nele e às vezes e se pega chorando, mas também não há um único dia que seu filho não esteja em suas orações. Como ela diz, o suicídio não acaba com vida apenas da pessoa que morre, mas com a vida de toda família que fica. Apesar da dor e das dúvidas, ela é grata a Deus pelo tempo que foi agraciada com o filho. A ex-vereadora também é mãe da enfermeira Jéssica e vê na profissão da filha uma realização pessoal, já que sempre quis atuar na área da saúde.
Sebastiana militou na política muito antes de ser vereadora. Era figurinha carimbada dos conselhos e uma das grandes incentivadoras para que as pessoas participem dos conselhos municipais. Ela diz que aprendeu muito participando dos conselhos e vendo a atuação de outras vereadoras como Irene Marangoni, Cleyde Espirito Santo, Cristina Rangel e Dra. Elisabete, a quem tem uma admiração especial. No campo nacional, foi inspirada por Luiza Erundina, Heloisa Helena e Kátia Abreu. Na vida pública, foi vereadora por três mandatos consecutivos, sendo que nos dois primeiros foi a única mulher no Legislativo. Ela reconhece que enfrentou algumas situações de cunho machista por ser uma voz feminina, mas nunca baixou a cabeça. Havia pensado em parar, já que como mulher às vezes era depreciada ou tratada como se não fosse nada. A ex-vereadora, contudo, parece que se acostumou a dar a volta por cima e após 12 anos de Legislativo, voltou a Câmara não mais como vereadora, mas sim para ser empossada como a primeira vice-prefeita de Bebedouro.
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