Neta de enfermeiro fundador do Hospital Beneficência Portuguesa de Ribeirão Preto, seguiu a tradição da família e nasceu em Ribeirão Preto. Mas só nasceu, já que viveu toda infância e adolescência na cidade Pontal. Como lembra bem, morava perto da linha ferroviária e todo dia dava tchau para o trem. Desde pequena quis ser médica, mas o pai falava que ela seria professora. A resposta era enfática: Professora tem que casar e eu não quero casar. De fato, não se tornou professora, mas isso não a impediu que casasse. Ela reconhece que merecia ser professora de tanto trabalho que deu aos seus professores. Era considerada da turma da pesada e vivia levando suspensão, mas se gabava das notas sempre altas.
Formou-se em Medicina na cidade mineira de Itajubá e fez residência em São Paulo. Com muito orgulho se tornou funcionária pública e estava em Santo André quando resolveu mudar-se para Bebedouro. A escolha da cidade se deu porque o seu pai estava viúvo e assim poderia ficar mais perto dele, além de conseguir transferência do trabalho público.
Como médica, ganhou a fama de demorar muito tempo com os seus pacientes. Ela diz que essa “má fama” é boa e que não ficava tanto tempo assim como as pessoas diziam, mas reconhece que sempre gostou de estar com os seus pacientes. Esse olhar humano com as pessoas projetou o seu nome para o cenário político a ponto de ser realizada, sem que ela soubesse, uma pesquisa de intenção de votos para prefeito e seu nome constar na lista. Só ficou sabendo quando uma amiga lhe contou que havia respondido a pesquisa no supermercado e que tinha votado nela. Logo depois, surgiu o convite para ser candidata a vice-prefeita na chapa de Davi Perez Aguiar. Não ganhou naquela eleição, mas entrou como vereadora nos dois pleitos seguintes (2001-2008).
Em seu primeiro mandato, licenciou-se para assumir a pasta da Saúde. Defensora do SUS, fez uma excelente gestão, mas por conta do trabalho excessivo não tinha mais tempo para clinicar e fazer plantões, trazendo para si alguns prejuízos financeiros. Na Câmara Municipal ganhou destaque pela oratória e debates travados, além, de ser reconhecida como a vereadora que mais entendia do orçamento. O conhecimento nas finanças foi uma resposta ao presidente da época, uma vez que ela havia sido preterida da Comissão de Justiça e Redação sob a justificativa de que não era advogada. Para ela, os vereadores pensavam que uma mulher no Orçamento não saberia muita coisa e logo não daria trabalho. Ledo engano! A experiência como diretora da Saúde – no período que começava a vigorar a Lei de Responsabilidade Fiscal - permitiu que ela entendesse os termos técnicos e aquilo que ela não sabia, aprendeu por conta própria. Elisabete sabia apontar cada dotação do Orçamento e toda reunião convocava a comissão para debater os assuntos. Também foi como vereadora que aprofundou o seu conhecimento sobre feminismo e se tornou uma referência em Bebedouro. E hoje não sabe dizer qual a experiência de que mais gostou: Legislativo ou Saúde. Uma coisa, porém, é certa: a medicina é sua grande paixão. Embora esteja aposentada, ela não tem planos para parar.
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