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Comerciantes, funcionários e moradores pedem revogação de decreto que ampliou Zona Azul




Revoltados com a dimensão que tem tomado a Zona Azul, comerciantes da área central de Bebedouro manifestaram na noite desta terça-feira (30), em audiência pública – na Câmara Municipal – o desejo para que o prefeito Fernando Galvão Moura revogue o Decreto nº 11.502, de 29 de abril deste ano, de sua autoria, que ampliou a área de abrangência do sistema de estacionamento rotativo no município.
 
A audiência pública foi convocada pelo vereador Paulo Henrique Ignácio Pereira (PTB), o Paulo Bola, com base num abaixo-assinado contendo cerca de 500 assinaturas de comerciantes, empregados do comércio, consumidores e moradores do centro de Bebedouro descontentes com a mudança. Além de Paulo Bola, também participaram da audiência os vereadores Engenheiro Nasser (PV), Luiz Carlos de Freitas (PT) e Chanel (SD).
 
Um público de 50 pessoas compareceu para debater o decreto baixado pelo prefeito, entre elas o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Antonio Rodrigues Sobrinho, e o chefe de Gabinete da Prefeitura, Paulo Garcia. Nem a Aciab (Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Bebedouro) nem o SinComércio e SinComerciários enviaram representantes para a audiência.
 
Com a alteração no perímetro da Zona Azul, os motoristas que quiserem estacionar entre as ruas Vicente Paschoal e Nossa Senhora de Fátima até os altos da Rua Lucas Evangelista terão de pagar, sob pena de serem multados. Praticamente dobrou a área desde que a Zona Azul foi criada na gestão do ex-prefeito João Batista Bianchini, o Italiano. Os comerciantes reclamaram, principalmente, do afastamento dos consumidores, que estão evitando o centro da cidade para compras, riscos de multas por extrapolarem o tempo máximo de permanência nas vagas, mas sobretudo da abrangência da Zona Azul.
 
O comerciante Sidnei Luiz Bonafin lamentou a ausência do diretor do Departamento Municipal de Trânsito, Archibaldo Brasil, na audiência. “Decepcionante”, avaliou o empresário que está há 52 anos no comércio. Ele classificou ainda como abusiva a ampliação da Zona Azul.
 
Rafael Pureza, que além de possuir um estabelecimento comercial também mora no centro da cidade, questionou os benefícios trazidos pela Zona Azul ao comércio e mencionou também a dificuldade que os moradores da região central estão enfrentando, não podendo estacionar em frente às suas residências a não ser pagando. De acordo com Pureza, no centro da cidade, há imóveis que sequer possuem garagens.
 
O empresário Piffer Jr. cobrou estudos que justifiquem a decisão do prefeito em ampliar ainda mais a Zona Azul. Piffer, entretanto, sugeriu que a ampliação determinada pelo chefe do Executivo seja testada aos sábados, dia de maior movimento no comércio, para avaliar a viabilidade da medida.
 
Nem mesmo funcionários do Hospital Unimed deixaram de manifestar descontentamento com a medida. Em todo o entorno do hospital também está implantada a Zona Azul. Marco Silas Dias, por exemplo, disse que todos os funcionários foram prejudicados com a medida do prefeito. Eles também cobraram mais bolsões para estacionamento de motocicletas nas proximidades, já que muitos têm recorrido a este meio de transporte para ir ao trabalho, fugindo das despesas com a Zona Azul e do risco de terem seus carros furtados ou danificados por estarem distantes do local de trabalho.
 
O presidente da CDL, Antonio Sobrinho, o Foguinho, atestou a grande quantidade de vagas ociosas à espera de consumidores após a implantação da Zona Azul, entretanto afirmou que ela se fazia e ainda se faz necessária, só que longe da dimensão que tem hoje. “O que me preocupa é realmente a expansão”, afirmou o presidente.
 
Toninho Nakasato, que vende hortifrúti no Mercado Municipal Velho há mais de duas décadas, revelou que tem tido dificuldades nas suas operações de carga e descarga de mercadorias. Para garantir a reposição dos produtos, afirmou que tem estacionado veículos da família utilizando-se do pagamento da Zona Azul por conta da limitação de horários e áreas para operações de carga e descarga.
 
“O assunto precisa ser repensado”, disse o empresário Valentim. “Precisamos é de progresso e não de tarifação.”


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