Pouca gente conhece a história da mãe da Jussara e da avó do Marcelo, da Juliana e da Isabela. Filha de um ferroviário e uma lavadeira, Cleyde era a primogênita de três filhas. A infância foi muito pobre e sofrida a ponto de dividir a sandália com a irmã, de modo que quando uma saía, a outra obrigatoriamente tinha que ficar em casa. Foram tempos difíceis, em que não há uma única lembrança de uma brincadeira, mas sobram na memória as atividades laborais. A pobreza foi marca presente. Nunca havia comido um bolo, nem experimentado chocolate. Talvez por isso, até hoje, ela não come essas duas iguarias. O Natal trazia sempre a decepção do Papai Noel, que todo ano presentava as famílias ao redor, mas esquecia da dela.
Ao completar 13 anos, deixou sua cidade natal – Rincão – e veio a Bebedouro com os pais. Assim que chegou já arrumou trabalho no antigo hospital Santa Terezinha, onde ajudava na cozinha e lavava louça. Houve uma ocasião em que o hospital ficou sem cozinheira e coube a ela a responsabilidade de chefiar todas as refeições. Ao buscar verdura no hospital viu um moço passando pelo quarteirão e mais tarde esse moço veio a ser o seu marido. Ele foi caminhoneiro, depois comprou uma gleba, e mais tarde uma fazenda em Frutal. Cleyde não deixou de trabalhar: vendeu joias e bijuterias e nunca deixou de contribuir com a previdência. Conta orgulhosa que conseguiu aposentar e foi a sua amiga e também ex-veredora Irene Marangoni que a ajudou com a aposentadoria.
Cleyde ficou conhecida pelo trabalho voluntário incansável que faz. É ela que coordena há 48 anos a Rede Feminina de Combate ao Câncer, além do grupo de voluntária do Hospital Julia. Graças ao seu trabalho, foi possível a reforma da lavanderia no Hospital Municipal. Ela conta que conseguiu junto aos empresários José Francisco dos Santos e Eduardo Ralston a quantia necessária para reforma e compra de equipamentos e hoje a lavanderia do hospital é digna de orgulho.
Embora aposentada, não pensa em parar. Prestes a completar 87 anos, esbanja vitalidade. A oração dela é de agradecimento e a sua prece é de que tenha ainda tempo, pois há tanto a ser feito. Toda terça e quinta ela vai ao Hospital Municipal, onde lidera um grupo de voluntárias que prepara as roupas da hotelaria do hospital. São feitos pijamas, camisolas, lençóis. A única certeza é de que depois que entra no hospital, não há hora para voltar. Ela conta que com a pandemia não é mais possível realizar bazar e com isso os recursos são cada vez mais escassos, além de algumas pessoas terem parado de contribuir pois pensaram que com o novo hospital não seria mais necessário a ajuda.
O seu legado de voluntariado rendeu convite para tentar uma cadeira no Legislativo. Apreensiva, correu e pediu opinião para o padre que além de incentivá-la disse que seria um cabo eleitoral. E assim foi eleita para dois mandatos (1997 – 2004). Mesmo fora, ela acompanha as discussões da Câmara e diz que ainda recebe o reconhecimento das pessoas cobrando a sua volta à Casa de Leis.
Publicado em: 26 de março de 2021
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Categoria: Notícias da Câmara
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