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11 de abril de 2025

Bebedouro se despede de Zeca Colózio


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Zeca Colózio
 
nascido na Fazenda Guarani aos cinco de julho de 1936, Bebedouro ganhou um católico fervoroso, palmeirense convicto e um apaixonado por Botafogo. Esse é foi o marido da dona Therezinha e pai da Márcia, Meire e Mirian. Trata-se de José Alcebíade Colózio, ou melhor, Zeca Colózio.

Antes de lançar o nome na política, Zeca teve uma carreira no futebol. Passou por times como Monte Azul, Internacional e teve uma curta passagem no futebol profissional. Não seguiu carreira, mas isso não impediu de continuar jogando futebol. Como ele mesmo afirmava: “jogar foi o que eu mais fiz na vida”.

No passado, apenas duas pessoas possuíam carro em Botafogo. Um era motorista profissional e usava do carro como sustento. O outro era Zeca, que disponibiliza o seu fusca para as pessoas que não tinham condições de transporte, fossem em Botafogo, Turvínia ou alguma fazenda nos arredores.

Não havia dia, nem horário. Qualquer um que batesse à sua porta, ele atendia e levava ao hospital. Já houve ocasião que não deu tempo de chegar e uma mulher deu à luz no seu carro.

Havia uma enfermeira que sempre o repreendia “Seu Zeca, é meia-noite, o senhor poderia estar dormindo e a criança que o senhor trouxe não tem nada”. Prontamente ele respondia: “E se tivesse?”.

Na época do Natal é comum o Papai Noel visitar as crianças para entregar presentes. Mas nem sempre o Papai Noel chegava para todas as crianças, principalmente as que moravam nos sítios e com poucas condições financeiras. Entrava em cena o Papai Noel de Botafogo, Zeca Colózio. No lugar da trena, um fusca. E esse fusca fazia a alegria da garotada ao distribuir presentes aos filhos dos trabalhadores, que muitas vezes, seria o único presente que receberiam no Natal.

A preocupação com as pessoas, a liderança nata, tanto na igreja como no futebol, chamou a atenção dos políticos da cidade. Coube ao então prefeito Sergio Stamato convidá-lo para sair como vereador, convite esse recusado. Mas depois de muita insistência, ele acabou cedendo e aos 40 anos assumia o seu primeiro mandato na Câmara Municipal de Bebedouro.

Foram seis mandatos consecutivos e vinte e sete anos de atuação parlamentar, tornando-se o vereador mais longevo da história de Bebedouro.

Zeca orgulhava-se de ter trabalhado por Bebedouro e Botafogo. Mantinha em seus arquivos os feitos realizados pelo distrito que escolheu pra viver. Entre as conquistas que mais se orgulha, estão as casas populares conquistadas para Bebedouro e Turvinia, além de liderar as tratativas para tornar a antiga estação ferroviária, a atual igreja do distrito.

Quando perguntado como ele gostaria de ser lembrado, ele emocionado respondeu: Com respeito, um homem que era respeitado pelas pessoas. Com lágrimas, contava que às vezes alguém que não o conhecia vinha cumprimentá-lo e abraça-lo, demonstrando assim o reconhecimento que por ele tinha.

Zeca, após deixar a Câmara, não deixou a política. Acompanhava de perto, fazia ligações e continuava atendendo as pessoas e brigando por Botafogo. Hoje o Legislativo se despede do vereador que mais tempo ocupou uma cadeira no Legislativo. Obrigado, Zeca Colózio!


Entrevista concedida à assessoria de imprensa da Casa Legislativa no mês de fevereiro de 2025.



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