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25 de março de 2021

Maria Cristina de Souza Rangel Martines


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Estagiária, professora, assistente de direção, diretora, supervisora de ensino, professora universitária, militante das entidades educacionais, vereadora e diretora de Educação de Bebedouro e Taquaral. Tão grande quanto o currículo é a trajetória da bebedourense Maria Cristina de Souza Rangel Martines.

Cristina Rangel se tornou uma referência em Bebedouro e hoje é um dos nomes mais lembrados quando se fala em Educação. É diretora regional do Centro do Professorado Paulista de Bebedouro e compõe a diretoria executiva da UDEMO – sindicato que reúne diretores, vice-diretores, coordenadores e supervisores.

A mãe era doméstica e o pai tesoureiro de banco. Aos 11 anos saiu de Bebedouro para acompanhar os pais a São Paulo. Na capital do Estado, a sua mãe passou em um concurso e se tornou inspetora de aluno. Cristina ficou apenas dois anos e logo retornou a Bebedouro para cuidar da avó que estava com câncer. Criada na Igreja Presbiteriana, tinha como líder o pastor e sociólogo Rui Anacleto, que de certa forma a influenciou a cursar Ciências Sociais, mas por insistência do tio, também cursou magistério e retornou à capital.

A carreira na educação começou em São Paulo, onde foi estagiária e depois professora na periferia de São Paulo e nas cidades de Campo Limpo e Francisco Morato. Seu sonho era retornar a Bebedouro, mas como professora era muito difícil.  A dificuldade se tornou solução. Já que a remoção para professora não saía, resolveu fazer o concurso de direção e foi aprovada em primeiro lugar na região de Bebedouro, assumindo a escola José Francisco Paschoal.

O retorno a Bebedouro coincidiu com a greve e mesmo sem querer, Cristina liderou a movimentação e teve adesão de todos os diretores. O seu trabalho logo foi reconhecido e foi convidada para assumir a direção do CPP, cargo que mantém até hoje. Ela conta que chegou ouvir de pessoas o porquê daquela negra dirigir o CPP.  Mas ela não abaixou a cabeça e fez história. A convite do então professor Paulo Madeira concorreu à vereança e se tornou a primeira e única vereadora negra por Bebedouro na legislatura 2001 - 2004. Depois, licenciou-se do cargo e assumiu a pasta da Educação no governo do prefeito Davi Peres Aguiar, o qual deu total autonomia para realizar as mudanças necessárias. Sob sua gestão, as creches deixaram de fazer parte da assistência social e passaram para a ser responsabilidade da educação. Nesse período foi aberto o primeiro concurso para as professoras berçaristas (atual ensino infantil I).  Passado esse período, ela ainda voltou a comandar a educação na gestão do prefeito João Batista Bianchini e em duas ocasiões no município de Taquaral.

Quando comandou a Educação pela segunda vez, ela foi acometida por um câncer e passou por um momento muito difícil. Era difícil aceitar e ela chorava muito. Fez cirurgia, tratamento e conseguiu vencer. O maior orgulho dessa educadora está na família que Deus concedeu. Fala com carinho de todo apoio dado pelo marido Ivan ao longo da vida. É mãe de três filhos e avó de três netos.



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