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15 de setembro de 2015

Projeto de Beto Mazzeu concede título de cidadania ao Dr. Luiz Carlos Betanho


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Natural de Cordeirópolis/SP, o juiz de direito aposentado Luiz Carlos Betanho – que reside em Bebedouro com sua família e ainda atua como advogado – será o próximo homenageado com o título de cidadão bebedourense. Nesta segunda-feira (14), durante sessão ordinária, a Câmara Municipal aprovou – por unanimidade – o projeto de decreto legislativo nº 13 de autoria do presidente Beto Mazzeu (DEM) concedendo a cidadania a ele. 

Luiz Carlos Betanho veio para Bebedouro com apenas cinco anos de idade, quando seu pai saiu da Cia. Paulista e para cá se mudou. Casou-se com Sofia, a grande incentivadora para que alcançasse novas metas após se formar bacharel em direito, e é pai de cinco filhos que, por sua vez, já lhe deram netos.
 
Estudou no Colégio Paraíso Cavalcanti e lembra com carinho deste tempo e dos grandes professores que muito o marcaram a vida inteira. Lembra-se que décadas depois esteve na França e se surpreendeu ao perceber que entendia e conseguia se comunicar em francês, com base naquilo que tinha estudado na citada instituição de ensino. 

Formou-se numa época em que os alunos do 4º ano de direito praticamente podiam começar a advogar num quadro da OAB chamado Solicitador Acadêmico, que, ao contrário dos estagiários hoje, permitia ao formando executar parte do serviço de um advogado. Ali começou a trabalhar no Departamento jurídico do Centro Acadêmico 11 de agosto, atendendo pessoas necessitadas e de graça, aonde, não raramente, chegou a pagar para trabalhar sem nada receber. Uma experiência que lhe foi interessante, onde o pouco dinheiro que entrava servia, ao menos, para comprar máquina de escrever e papel carbono. 

Na época em que fazia o curso de direito também trabalhava no Banco do Brasil e, por propostas, poderia ter engavetado seu diploma de bacharel em direito e seguir carreira. Em 1967, quando se formou e também se casou com a Sofia, o gerente do banco, em razão da qualidade dos serviços prestados, lhe propôs opções financeiramente interessantes para continuar sua carreira bancária, o que certamente considerou a fim de proporcionar uma vida melhor à sua família. 

De acordo com Beto Mazzeu, o comportamento conciliador de Dr. Luiz Carlos Betanho e, independentemente de favorecê-lo ou não, as suas decisões corretas – qualidades inerentes nele observadas em várias situações vividas desde muito cedo - certamente influenciavam o seu desejo e a sua vocação pela magistratura. Pela família, até aceitaria subir de cargo no banco para dar melhores condições de vida aos seus e assim decidiria sem pestanejar, se não fosse o conselho sábio da mulher que escolheu como companheira e que lhe aconselhou a não levar muito em conta a questão financeira naquele momento, mas a seguir a sua verdadeira vocação. Como resultado desse sábio conselho que até hoje tanto o emociona, uma promissora carreira como promotor, juiz e desembargador. 

Foi quando resolveu intensificar os seus estudos para prosseguir carreira por meio de concursos. Como não tinha dinheiro para instalar seu próprio escritório em São Paulo, viu a concretização de tal possibilidade em Bebedouro, onde começou a trabalhar com Celsinho Oliveira. Por não ter muita experiência em processo criminal, colocou-se à disposição do juiz para nomeá-lo à Justiça gratuita, onde, com audiência em todos os dias, atuou por um período de dois anos. Quando abriu um concurso para os cargos de promotor e de juiz, o juiz com quem trabalhava o incentivou e convenceu a prestá-lo. Aprovado, assumiu como promotor substituto em Barretos. Passado algum tempo, saiu o resultado da magistratura e, então, assumiu como juiz em Registro (no Vale da Ribeira), depois em Taquarituba, em Brotas e, onde ficou até se aposentar, em São Paulo. 

Outro fato que mostra a forte ligação do Dr. Luiz Carlos Betanho com a família que aqui formou foi a sua decisão em se aposentar precocemente, quando ainda podia seguir atuando no Tribunal de Justiça, para advogar ao lado de suas duas filhas aqui em Bebedouro, para onde, também com o intuito de cuidar dos pais que aqui residiam, voltou em 1998.

Escritor 

Entre os livros publicados, Dr. Luiz Carlos Betanho se lembra de quando era juiz de Brotas e teve a oportunidade de participar de um grupo formado por juízes e promotores conhecidos, para, durante quatro ou cinco anos, trabalhar no desenvolvimento de um projeto então inexistente no Brasil, inspirado em modelo italiano e adaptado à jurisprudência brasileira, que culminou no lançamento do livro “Código Penal e a sua interpretação Jurisprudencial”, por volta de 1981, cujo sucesso se notabilizou no número de edições que teve, no ano 2010 já estava na sua 7ª edição. 

Na justificativa ao projeto de decreto legislativo, Beto Mazzeu ainda enfatizou que somada à responsabilidade com que sempre dedica às suas atitudes e atividades, trabalhando e convivendo com os nossos cidadãos, Dr. Luiz Carlos Betanho se destaca como um importante habitante da história de Bebedouro. “O seu amplo currículo e a sua reconhecida dedicação às causas que nos são mais nobres servem de exemplo e o credencia a receber esta singela homenagem por merecimento, por isso, sinto-me honrado em apresentar este projeto”, finalizou o presidente da Câmara.



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