Notícias

17 de fevereiro de 2012

Farmacêuticos se dividem diante de proposta do retorno dos plantões


Márcio Fernando Silveira acredita que o sistema de rodízio de plantões garante maior organização ao setorDo total de 17 representantes do setor de farmácias e drogarias que estiveram na Câmara Municipal de Bebedouro, nesta terça-feira (14), participando da audiência pública que debateu a possibilidade do retorno dos rodízios de plantões na cidade, 9 foram contrários à proposta e 8 a favor.

O número representa cerca de metade dos estabelecimentos da cidade, que atenderam ao convite para a audiência feito pelo vereador José Baptista de Carvalho Neto (PDT), o Chanel, a pedido da própria categoria. Incluindo funcionários, compradores de medicamentos e donos de farmácias, a audiência reuniu cerca de 40 pessoas, além de Chanel, da vereadora Sebastiana Camargo (DEM) e do diretor do Conselho Regional de Farmácia, Gilmárcio Zimmermann Martins.

O proprietário de farmácia, Wagner Palhares, foi um dos que discordaram da proposta do retorno do sistema de rodízio de plantões, que foi abolido em 2009 na cidade. De acordo com ele, o trabalho deve ser livre, sem a obrigatoriedade de normas preestabelecidas pela Administração Municipal, além de considerar a proposta inviável.

Entre os argumentos utilizados pelos que não aceitam a proposta estão os princípios ativos dos remédios, o que dificulta o estoque deles, e o prazo de validade, que hoje é bem menor, por isso acreditam que todas as farmácias devem funcionar livremente, exigindo um funcionamento por período maior para saída mais rápida dos medicamentos.

Já para Walter José Griggio, que defendeu o retorno dos plantões, é preciso impor regras ao setor, pois da forma como está se nota uma certa desorganização. Ele ressaltou que com os plantões, existia uma organização com escalas bem distribuídas e divulgadas, evitando – desta forma – que os usuários perdessem tempo à procura de farmácias abertas.

Atualmente, pela legislação em vigor, abrem as suas farmácias nos finais de semana e em horários estendidos apenas os que desejam, o que torna o público refém dos estabelecimentos. Esta é a avaliação do farmacêutico Márcio Fernando Silveira, que também reclamou das jornadas cansativas e muitas vezes sem retorno financeiro e com prejuízos ao convívio familiar.

A questão da falta de segurança foi o argumento apresentado por Luiz Gustavo Fossaluza para barrar a ideia dos plantões. De acordo com ele, assaltos a farmácias têm se tornado comuns em Bebedouro e eles têm ocorrido no meio do dia, tornando-as ainda mais vulneráveis no período noturno.

De acordo com o vereador Chanel, a audiência teve por objetivo estimular a discussão em torno da ideia do retorno do sistema de rodízio de plantões. Ele, entretanto, antecipou que qualquer decisão só será tomada com o consentimento da categoria. “Estamos tentando buscar um entendimento entre vocês (farmacêuticos) para que a população não perca”, disse o vereador.

O diretor do Conselho Regional de Enfermagem, que defendeu com ressalvas o sistema de rodízios de plantões, elogiou a participação dos farmacêuticos na audiência. “Vocês vieram aqui para buscar um ideal pelo setor, ou seja, uma melhoria na qualidade dos serviços que prestam à população de Bebedouro”, comentou Gilmárcio Martins.

   
   



Publicado em: