Notícias

22 de junho de 2010

“OPERAÇÃO CARTAS MARCADAS”: Relator de CPI sugere cassação do prefeito de Bebedouro


O relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada na Câmara para apurar o envolvimento do prefeito João Batista Bianchini, o Italiano, no esquema de fraudes em licitações na Prefeitura de Bebedouro confirmou as suspeitas iniciais dos vereadores e, desta forma, propôs a abertura de uma Comissão Processante (CP) com a finalidade de cassar o mandato do prefeito, além de remeter o resultado das investigações ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP).

 

No documento, ficaram claras as participações de servidores do primeiro escalão da Prefeitura no esquema, de donos de empresas abertas logo após a posse de Italiano e a sua participação. O relatório revelou que muitas vezes o prefeito chegou a interferir nas licitações modalidade carta-convite apontando qual empresa deveria vencer a concorrência e em outros momentos quebrando a ordem cronológica de pagamentos para favorecer os empresários envolvidos nas fraudes.

 

Nas transcrições dos depoimentos recebidas pela CPI, empresários confirmaram até o pagamento de comissões ao prefeito, da ordem de 10%, e formação de caixa para futuras campanhas políticas de Italiano. O ex-diretor de Planejamento da Prefeitura, Gelson Ginetti, era o grande articulador do esquema e agia sob orientações do prefeito.

 

A elaboração e a leitura do relatório ficaram a cargo do vereador Nelson Sanchez Filho (DEM) após 41 dias de investigações e análises dos documentos, escutas telefônicas e depoimentos repassados à CPI pela Polícia Civil e Ministério Público. Além de Nelson Sanchez, a comissão teve a participação do vereador Carlos Renato Serotine (PV), o Tota, como presidente, e do vereador Jesus Martins (PV), como membro.

 

Composto por 35 páginas, a leitura do relatório durou 2h05min, e foi acompanhada por um público de cerca de 80 pessoas que compareceu à Câmara, por profissionais da imprensa, pelo prefeito João Batista Bianchini, que esteve no Legislativo com advogados, além das pessoas que optaram por ouvir a transmissão da sessão pelo rádio e pela internet. Para evitar tumultos, a Presidência da Câmara solicitou reforço policial à Guarda Civil Municipal e à Polícia Militar durante toda a sessão.

 



Publicado em: