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16 de abril de 2010

Grupo de Voluntárias do Hospital Municipal tem trabalho reconhecido na Câmara


Veja, na íntegra, a moção de aplausos de autoria da vereadora Sebastiana Camargo, cumprimentando o Grupo ADC (Amor, Devoção e Carinho):

 

“Considerando que, segundo definição das Nações Unidas, "o voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos...";

 

Considerando que o voluntário, como ator social e agente de transformação, presta serviços em benefício da comunidade; doando seu tempo e conhecimentos, realiza um trabalho gerado pela energia de seu impulso solidário, atendendo tanto às necessidades do próximo ou aos imperativos de uma causa, como às suas próprias motivações pessoais, sejam estas de caráter religioso, cultural, filosófico, político, emocional. São pessoas que gostam do contato com pessoas – e, a rigor, um dos sentidos do seu trabalho é melhorar a vida delas - desenvolvem forte capacidade de liderança, assertividade e relacionamento interpessoal, mas também e, principalmente, um espírito de cidadania acima da média;

 

Considerando que ao analisar os motivos que mobilizam em direção ao trabalho voluntário, descobrem-se, entre outros, dois componentes fundamentais: o de cunho pessoal, a doação de tempo e esforço como resposta a uma inquietação interior que é levada à prática, e o social, a tomada de consciência dos problemas ao se enfrentar com a realidade, o que leva à luta por um ideal ou ao comprometimento com uma causa;

 

Considerando que altruísmo e solidariedade são valores morais socialmente constituídos vistos como virtude do indivíduo. Do ponto de vista religioso acredita-se que a prática do bem salva a alma; numa perspectiva social e política, pressupõe-se que a prática de tais valores zelará pela manutenção da ordem social e pelo progresso do homem. A caridade (forte herança cultural e religiosa), reforçada pelo ideal, as crenças, os sistemas de valores, e o compromisso com determinadas causas são componentes vitais do engajamento;

 

Considerando que não se deve esquecer, contudo, o potencial transformador que essas atitudes representam para o crescimento interior do próprio indivíduo. O que parece ter mudado é a noção de que, na sociedade do conhecimento em que vivemos esse repertório de atributos não vem pronto dos bancos universitários. Constitui bagagem pessoal e não profissional. É pertinente à dimensão do humano e não à do tecnológico;

 

Considerando que felizmente contamos com cidadãos assim no nosso município e já fomos agraciados com iniciativas muito interessantes e bem-vindas nesse sentido. Uma delas é a iniciativa, por parte da Presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer, Cleyde do Espírito Santo, de instituir a ADC – Amor, Devoção e Carinho. A idéia tomou vulto no dia 23 de janeiro de 2007, quando algumas pessoas comprometidas com pessoas idealizaram o grupo voluntário para auxiliar o Hospital Júlia Pinto Caldeira, logo depois, no dia 27 de fevereiro daquele ano a idéia se concretizou;

 

Considerando a importância do único Hospital Público no município na vida de tantos cidadãos bebedourenses e de outros municípios por ele atendidos, o trabalho se espelhou em iniciativa de voluntários da cidade de Pirangi, onde um grupo de pessoas destinava mensalmente e ainda destina uma quantia em dinheiro para o hospital daquele município, suprindo boa parte das suas necessidades;

 

Considerando que o grupo ADC tem por finalidade realizar eventos para suprir carências, tanto material, voltadas às necessidades básicas do hospital, como espiritual e emocional dos muitos pacientes que atende e dos seus respectivos parentes. No início o grupo chegou a contar com 500 colaboradores/doadores, mas infelizmente, ao invés desse número aumentar, hoje são apenas 140 pessoas que doam R$ 10 (dez reais) mensalmente e cujo montante é investido, principalmente, na compra de tecidos e linhas para a confecção de panos de prato, toalhas e utensílios de cama pelas próprias voluntárias que, para tanto, reservam horas do seu dia. As máquinas de corte, costura e bordado pertencem às próprias voluntárias, que trabalham em uma sala cedida pela direção do nosso Hospital Municipal e cujo espaço já não comporta adequadamente às atuais necessidades;

 

Considerando ser importante que os bebedourenses, bem como, os moradores de outros municípios da microrregião atendidos pelo Hospital Municipal se engajem neste trabalho. As voluntárias alegam que ao se pensar na formação do grupo a intenção era estimular uma maior participação dos moradores de fora aqui atendidos, posto que ajudem a elevar o déficit financeiro do órgão, mas, com exceção de algumas iniciativas esporádicas de grupos de moradores dessas localidades, como, por exemplo, Taquaral, os bebedourenses é que efetivamente participam:

 

Considerando, enfim, que, além da dedicação e o exemplo de amor ao próximo, cuja qualidade do material produzido, a organização, o entrosamento e a persistência encantam os usuários do Hospital Municipal, o grupo contribui para minimizar as dificuldades existentes, resolvendo problemas inerentes ao cotidiano do órgão e melhorando a qualidade da vida daqueles que dele dependem.

 

SOLICITO à Mesa, após ouvir o Douto Plenário, nos termos regimentais, que dê ciência ao grupo denominado ADC – Amor, Devoção e Carinho, da MOÇÃO DE APLAUSOS pela exemplar iniciativa voluntária de um grupo de pessoas com espírito humanitário e sensível, que há três anos procura concretizar o bem-vindo auxílio que o Hospital Júlia Pinto Caldeira e seus usuários tanto necessitam. Um trabalho maravilhoso, que se exprime sempre necessário e bastante oportuno, expressado em ações de amor ao próximo.”

 



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